No lugar da Ponte Velha, em Santo Tirso, decorreu nos dias 27, 28 e 29 de Julho - as Festas do Sanguinhedo organizadas pela “Associação Amigos do Sanguinhedo”.
Estas festividades , devem o seu nome ao rio Sanguinhedo e não têm qualquer cariz religioso. As festas pretendem dar continuidade à tradição de juntar em lazer, cantando e dançando, nas margens do rio, as gentes que vivem nesta encosta solarenga de Santo Tirso.
As Festas do Sanguinhedo, sempre concorridas, devem muito da sua originalidade a dois motivos principais.
As Festas do Sanguinhedo, sempre concorridas, devem muito da sua originalidade a dois motivos principais.
A Cascata - Construída sobre o leito do próprio rio, a Cascata do Sanguinhedo ocupa uma área superior a 100 metros quadrados. Está coberta de musgo e é movimentada a água e energia elétrica. Misturando harmoniosamente imaginação popular com a capacidade de dar vida a bonecos de madeira, podem ver-se representadas no local, cenas da vida rural ou de ofícios em vias de extinção.
De entre as várias figurações apresentadas, salienta-se :
Mosteiro Beneditino (que engloba a Igreja Matriz e o museu Abade Pedrosa)
Antiga estação dos caminhos de ferro
o funeral do “Alferes de Gião”, figura mítica e lendária que as gentes do lugar apelidaram de “espada-a-rasto”
Esta “obra”, plena de gosto popular, foi erigida pelos chamados “cascateiros” que, pacientemente durante o ano, nas horas vagas vão preparando os mecanismos, compondo as peças que, levam no seu interior e normalmente debaixo da estrutura de madeira, o pequeno motor de um limpa pára-brisas que, devido à pouca rotação e voltagem é adquirido para o efeito.
Os “cascateiros” são conhecidos e moram nas proximidades. São minuciosos, engenhosos na forma como desdobram o movimento circular dos motores dos pequenitos bonecos, perfeccionistas, levam por vezes, meses até atingirem o efeito pretendido. São em síntese, além do que foi dito, bairristas, trabalhadores, persistentes e apegados às tradições.
A Iluminação - Porque na década de quarenta do século passado, não havia luz elétrica na zona, os seus habitantes viram-se obrigados a improvisá-la, acendendo nos beirais das casas os pavios de tigelas com gordura.
Em recordação desses tempos, acendem-se ao mesmo tempo milhares de iluminárias, colocadas nas portas e janelas das muitas centenas de casas existentes no local, daí resultando um espetáculo de rara beleza, que atrai milhares de pessoas. Cerca de meia-noite haverá uma grande sessão de fogo-de-artifício.